Panorama Histórico
Descrição da imagem: Foto das vencedoras do Concurso Miss Deficiente visual 2011, na seguinte ordem: Kelly Cristina Leide dos Santos, primeira princesa, Gisele Guimarães Hubbe,
Miss Brasil Deficiente Visual 2011 e Lorena Zervita de Jesus Oliveira, segunda princesa. As três estão sorridentes, usam jóias e vestidos de gala.
Kelly é loira e está com um vestido cor cobre que é um marrom brilhante.
Gisele, que está no centro da foto, tem o cabelo castanho escuro e veste um vestido vermelho.
Lorena está com um vestido verde.
Todas estão com suas faixas e Gisele usa também a coroa de miss.
Miss DV 2012 Matéria
O evento Miss Deficiente Visual foi uma iniciativa pioneira da Associação de Deficientes Visuais do Rio Grande do Norte (ADEVIRN) buscando promover a inclusão e a valorização da mulher cega ou com baixa visão. Muito mais que um concurso de beleza, o Miss Deficiente visual é um evento que surje para desmistificar os padrões socialmente impostos, proporcionando às mulheres cegas ou com baixa visão o direito de participar de um concurso de beleza em igualdade de condições e utilizando os mesmos critérios do miss oficial, provando assim que não há limites que impeçam a determinação e autonomia dessas mulheres e contribuindo para o empoderamento das pessoas com deficiência.
Contando com duas edições relativas aos anos de 2011 e 2012 respectivamente, o Miss DV é sem dúvida um concurso que vence todas as barreiras e trouxe importantes contribuições para o seguimento.
2011
O evento Miss Deficiente Visual teve a sua criação pelo projeto pioneiro de Lucia Liro, da Associação de Deficientes Visuais do Rio Grande do Norte (ADEVIRN), que inicialmente promovia a competição apenas no âmbito regional.
Após algumas competições a nível Nordeste, o evento ganhou o apoio de Dinorá Couto, voluntária da Biblioteca Braille que, depois de conhecer o lindo projeto de Lucia, resolveu sugerir que fosse feito a nível nacional, pois Dinorá sempre foi uma grande amante dos concursos de misses e foi assim que a ADEVIRN e a Biblioteca Braille do Distrito Federal uniram-se pela causa, estendendo o convite a todas as associações do Brasil para que fosse escolhida a mais bela deficiente visual de seu estado.
Foram realizadas seletivas em 14 estados do Brasil, onde cada estado pôde escolher até duas representantes. Participaram meninas cegas com idade entre 18 e 35 anos.
A seletiva do Rio Grande do Sul ocorreu em 07 de junho no tradicional Chalé da Praça XV, localizado no centro de Porto Alegre. Foram treze candidatas que desfilaram em trajes de gala para um grupo de jurados formados por jornalistas, apresentadores e empresários, provando que a mulher com deficiência visual é autônoma e determinada; que a vaidade não precisa de espelho; que sonhar com a coroa de Miss (e com tantas outras alegrias!) não é privilégio de quem enxerga. Na passarela as concorrentes foram acompanhadas por Cadetes do Exército, o que deu um charme ainda maior ao evento.
Ao final, o júri elegeu Rute Antunes de Mello - 2ª Princesa, Mirian Antunes de Mello - 1ª Princesa e Giselle Hubbe - Miss Deficiente Visual RS.
Foram dezesseis apoiadores que, ao participar da construção desse evento, vincularam seus nomes à batalha pela inclusão social e cultural. De quebra, receberam merecida repercussão na mídia.
Venceu, também, a ACERGS e toda sua equipe. Um time de respeito, que luta diariamente pela autonomia da pessoa com deficiência.
Por último, porém não menos importante, vitória da áudio-descrição, marcando presença nesse evento não apenas voltado para pessoas com deficiência visual, mas protagonizado por elas.
A final do concurso ocorreu no dia 23 de julho na ABB-Natal (Associação Atlética do Banco do Brasil), promovida pela ADEVIRN (Associação De Deficientes Visuais do Rio Grande do Norte) em comemoração aos 21 anos de serviços prestados pela entidade a todos os deficientes.
19 candidatas buscaram o título de mais bela deficiente visual do Brasil. Os estados participantes foram: Bahia, Ceará, Distrito Federal, Maranhão, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe.
O desfile foi dividido em duas apresentações, sendo que na primeira as candidatas desfilaram de maiô e na segunda com vestido social.
- Doriane Vasconcelos de Oliveira - Bahia
- Débora Caroline da Silva - Ceará
- Ciraiane Alves Aguiar - Distrito Federal
- Leandra Dias Cordeiro - Distrito Federal
- Denise Ferreira Costa - Maranhão
- Kelly Nascimento de Araújo - Maranhão
- Lorena Zervita de Jesus Oliveira - Pará
- Raquel de Farias Alves - Paraíba
- Franciane Aparecida dos Santos - Paraná
- Claúdia Maria de Cena Tavares - Pernambuco
- Talita Fernandes - Pernambuco
- Crislene de Sousa Melo - Piauí
- Carla Gomes da Rocha - Rio De Janeiro
- Joselma Soares de Araújo - Rio Grande Do Norte
- Kelly Cristina Leide dos Santos - Rio Grande Do Norte
- Giselle Guimarães Hubbe - Rio Grande Do Sul
- Caroline Roberta Bruno - São Paulo
- Francielle Souto Santos - Sergipe
- Iris Monalizza de Souza - Sergipe
O título de miss Brasil deficiente visual 2011 foi conquistado pela gaúcha Giselle Guimarães Hubbe e os títulos de primeira e segunda princesas foram para Kelly Cristina Leide dos Santos do Rio Grande do Norte e Lorena Zervita de Jesus Oliveira, Do Pará, respectivamente.
2012
A capital gaúcha foi a escolhida para sediar a segunda edição do evento, pois detinha o título de miss Brasil deficiente visual 2011.
A segunda seletiva estadual do Rio Grande do Sul, promovida novamente pela ACERGS no Chalé da Praça XV, contou com a participação de 17 mulheres cegas ou com baixa visão e o título de Miss Deficiente Visual Rio Grande do Sul 2012 foi para a representante do município de Torres, Mirian Antunes de Mello, 24 anos, que recebeu a faixa de Giselle Hübbe. Os títulos de primeira e segunda princesas foram para Gabriela da Silva, 25 anos, e Rute Antunes de Mello, 22 anos, respectivamente.
A final do concurso foi realizada nas dependências do City Hotel e ocorreu na noite de 07 de julho, enserrando a programação do evento da Organização Nacional de Cegos do Brasil (ONCB) em Porto Alegre. Concorreram ao título representantes de 16 estados brasileiros, com idade entre 21 e 35 anos, todas cegas ou com baixa visão. Uma prova de que não há limitações físicas que possam impedir a valorização e o reconhecimento da mulher.
O evento foi organizado pela Associação de Cegos do Rio Grande do Sul, como forma de promover a inclusão da mulher deficiente visual, e contou com o apoio da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do RS. A Prefeitura Municipal de Porto Alegre, através do assessor de gabinete, Fábio Verçoza, que também é o Rei Momo de Porto Alegre, atuou na organização do evento.
A rotina das candidatas foi intensa. Na véspera a agenda incluiu ensaios, confraternizações e a recepção do prefeito José Fortunati, em seu gabinete. O desfile iniciou com as candidatas vestindo trajes típicos de cada estado. Na segunda apresentação as candidatas vestiram maiô preto com canga, e, por último, o momento mais esperado, que foi o desfile de gala, oportunidade em que as candidatas puderam mostrar a sua beleza, postura e elegância na passarela.
As 16 candidatas, entre 21 e 35 anos, com baixa ou nenhuma visão, adentravam o salão conduzidas por modelos.
Responsável pela áudio-descrição, Alice Maria Paiva, ao microfone, permitiu que a plateia, composta em grande parte por pessoas com deficiência visual, conhecesse cada candidata que ganhava a passarela, detalhando a cor da pele, o comprimento do cabelo e o penteado, o corte e as estampas do vestido.
Karolline Fernandes Sales (31 anos), de São Paulo, foi coroada Miss Brasil Deficiente Visual 2012. Professora de inglês na Fundação Armando Alvares Penteado (Faap), na capital paulista, Karolline é formada em Letras, tem pós-graduação em acessibilidade e também atua como palestrante, abordando temas como a inclusão social. Os títulos de 1ª e 2ª princesas foram para Mirian Antunes de Mello (24 anos), do Rio Grande do Sul e Ednalva Rodrigues Barbosa (24 anos), do Distrito Federal, respectivamente. A grande novidade em relação a edição de 2011 foi a criação de duas novas categorias, de miss simpatia e miss destaque. Rute Antunes de Mello (22 anos), que naquela oportunidade representou o estado de Minas Gerais, recebeu a faixa de destaque e Carla Gomes da Rocha (31 anos), do Rio de Janeiro, de Miss Simpatia.
Infelizmente o Miss Deficiente Visual foi descontinuado, ao que se busca por meio deste blog o apoio das associações para a realização de novas edições deste evento, tão importante para a valorização da mulher cega e para o empoderamento dos deficientes visuais em geral.
O Miss Deficiente Visual não é apenas um concurso de beleza, é uma oportunidade para desmistificar a incapacidade do cego e mostrar que auto estima não depende do espelho.
Fonte:
Este texto foi formulado pela união das informações encontradas em diversos sites na internet e pelas valiosas contribuições trazidas por Ciraiane Aguiar, que representou o Distrito Federal no Miss Brasil Deficiente Visual 2011.
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